Minimalismo

auto-conhecimento Consumo Minimalismo

minimalismo

Depois do pânico (quem ainda não pensou que está com Corona Vírus?) e frustrações porque não consigo ser super produtiva na quarentena. Resolvi olhar pra minha casa e o que tinha dentro dela. Primeiro fui pro meu guarda-roupas porque andava fazendo um rodízio de looks “incríveis” tipo shorts e top no calor e no frio camiseta/moletom e legging.

Então surtei mesmo com tudo o que havia ali dentro. Tinha até aquela fantasia que um dia talvez eu ia usar? Seria mais simples se todas aquelas roupas, acessórios e calçados não estivessem ali pra me confundir e me trazer aquele peso traduzido em objetos. Foi assim que eu descobri o minimalismo, ou viver com menos. Decidi que não preciso ter coisas que não me trazem felicidade, praticidade ou boas lembranças. Quero uma vida mais leve, com mais experiências e menos tralha. Nessa jornada, descobri que eu tinha seis jogos de toalhas completos (sendo que somos em 3 pessoas na casa), sete calças jeans (duas eram praticamente iguais) e quando abri as gavetas nebulosas da cozinha vi 5 colheres de pau, e eu nem sou tão boa cozinheira assim.

Depois de colocar a minha casa abaixo, defini o que ficava, o que ia ser consertado e o que seria doado. Usando as técnicas da maravilhosa Marie Kondo para organização, não foi tão difícil dar esse passo em direção a uma vida com menos. Realmente foi uma revolução e a cada espaço que eu abria dentro de casa, eu refletia e me encontrava.

Hoje penso muito na hora de consumir qualquer coisa. A primeira pergunta que eu me faço é: eu preciso mesmo disso? Por que? Se for roupa tem que pelo menos combinar com 5 peças que já tenho no armário. Busco investir em marcas locais com qualidade nas quais eu sei pra onde está indo meu dinheiro e dou sempre prioridade para empresas de mulheres porque como empreendedora sei bem das dificuldades que enfrentamos. Agora também investigo a cadeia de produção das roupas. Nesse sentido, o movimento Fashion Revolution é super importante pra mim porque podemos questionar as marcas sobre o processo produtivo, seus princípios, valores e os materiais usados.  Garimpar objetos e roupas em brechós ou trocar entre amigos é uma ótima forma de revitalizar o closet e o lar sem gastar muito e impactar direto o meio-ambiente.

Parece que todo esse processo foi tranquilo, mas como eu falo sobre o ato de comprar com a minha filha de 4 anos? Algo como: tu já tens tantos brinquedos, porque quer mais um? Vamos desapegar de alguns? O mais incrível foi ver ela se interessando por destralhar o lar doce lar e teve a ideia de se desfazer de algumas bonecas que até eu estava apegada.

A verdade é que que esse processo não acaba, ele vale pra vida toda. Sinto que hoje queremos ter acesso e não possuir mais coisas, por isso as experiências são tão importantes. Agora busco olhar a rotina com olhos desbravadores, tento algo diferente, outras reações, novos momentos. Já dizia algum autor anônimo na rede mundial de computadores: As melhores coisas da vida não são coisas.

 

A ERA DO ACESSO

Nesta sociedade do acesso, caracterizada por atualizações, inovações e customizações em um ritmo cada vez maior, os ciclos de vida dos produtos são cada vez mais curtos, tornando os bens obsoletos cada vez mais rapidamente. Emerge uma era onde se paga por redes de acesso a experiências (as músicas que queremos, as informações que desejamos, as experiências de lazer, cultura e entretenimento). A população gasta tanto no acesso de experiências culturais quanto na aquisição de bens materiais

 

Para saber mais sobre minimalismo:

Marie Kondo

Marie Kondo –Mestra na organização, a japonesa tira tudo do lugar e faz famílias inteiras perceberem uma vida com mais sentido e menos coisas. Pra ela os objetos devem Sparkle Joy ou espalhar felicidade então tudo aquilo que não faz isso deve ser destinado para onde vai ter seu momento de glória.

 

Minimalism

Minimalismo: um documentário sobre as coisas importantes disponível no NETFLIX conta a história dos amigos de infância Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus que largaram empregos de sucesso e entraram de cabeça no minimalismo que prega que viver com menos posses dá liberdade. Para se ter uma vida com mais propósito e focar no que realmente importa.

 Perfis no Instagram: @Minimallista - a gaúcha Nati Grazziontin mostra o dia-a-dia da sua busca pela simplicidade sem neuras bem pé no chão.

@project333 - Projeto 333 – Simples é o Novo Preto. A ideia principal da norte-americana Courtney Carver era vestir-se com 33 peças de roupas, por um período de 3 meses, e contar sobre a experiência num blog que acabou virando livro. Assim ela mostra que é possível escolher bem as nossas peças, as que melhor coordenam entre si, e estar sempre bem vestida para qualquer ocasião.



Post anterior Post seguinte