Somos empreendedoras brancas e nossa posição sempre foi de privilégio. É preciso reconhecer que nós brancos roubamos, escravizamos, marginalizamos e nos apropriamos do que não era nosso, que mantemos essa relação de privilégio sendo parte de um sistema negligente que explora e mata.
E esse é só o primeiro passo. Não há como voltar atrás, precisamos ir para frente. É preciso assumir, escutar, estudar, perceber, compreender e agir. A moda sempre segregou, impôs padrões estéticos, de comportamento, de saúde, beleza, arte e cultura. E a moda sustentável que veio para romper com práticas abusivas em diversos âmbitos da indústria da moda, acabou cedendo aos padrões e estruturas. É a força que tem a branquitude dentro de um racismo estrutural que está encravado na sociedade, nos direitos, na política, nos espaços, na economia, desdobrando-se na moda. Pedimos desculpas por nos omitirmos e por termos ficado no conforto social, de não buscar entender e combater.
Pare, pense, estude, ouça, leia, conheça. Poderíamos indicar fontes para você pesquisar, ler e se informar. Entretanto gostaríamos que você haja por si. Reflita sobre quais profissionais negros você conhece, em quais empresas estão ativos e presentes e quais afroempreendedores você apoia. Não espere que os outros vão dizer para você que essa luta é bem maior do que você imaginava.